Sabemos que historicamente o racismo tem sido o elemento organizador das relações materiais e sociais no Brasil. No entanto, nos últimos anos, a sociedade civil brasileira tem enfrentado um conjunto de ameaças diante da ascensão de uma agenda política autoritária, extremista, que se materializou nos espaços de poder, e atua a partir de um viés antidemocrático. A eleição de um novo governo trouxe a expectativa de reconstrução do diálogo com a sociedade civil, em especial com setores do movimento negro. No entanto, é inegável que o autoritarismo de segmentos mais extremistas seguirá relevante no cenário nacional. Os homicídios e o encarceramento de jovens, o retorno da fome e da insegurança alimentar, a violência contra a população negra LGBTQIA+ cuja identidade e sexualidade escapam às normas de gênero, a violência contra a religiosidade expressa em terreiros e casas de matriz afro-brasileira, o feminicídio de mulheres, o racismo ambiental que visa o apagamento e a negação do direito ancestral de populações quilombolas ao território que ocupam são algumas das inúmeras violações de direitos que atingem a população negra do país. Para esse projeto Racismo Nunca Mais, iremos trabalhar sobre a educação afrocentrada e afrofuturista no estado do Pará. Queremos ao final desse projeto fazer uma escuta participativa da comunidade junto aos poderes público e privados sobre o assunto e adotar políticas públicas e/ou revisar as leis que já foram votadas, mas que não tem comprimento nenhum até nos dias de hoje. Iremos fazer feiras e oficinas de empreendedorismo para que a própria população possa produzir artigos e produtos que serão ofertados na feira. E com o desfile de moda fazer com que a população possa ter um letramento sobre as vestimentas (trajes) e sobre os códigos milenares que estão na moda africana e mostrar como essa moda é um elemento que eles podem usar para a sua emancipação.